sábado, 31 de julho de 2010

S.C.T.D

Acordei com o cheiro dela em meu corpo
foi o sonho que tive na noite passada eu acho
uma coisa tão real, podia até sentir nossos lábios se tocarem como antes
como foi bom poder abraça-la outra vez...
conversar sobre aqueles
nossos planos vazios e inocentes
descutir letras de poetas desconhecidos
e tudo que agente não queria lembrar era queimado em fogueiras de São João...

Mais foi apenas um sonho
que queria poder filmar e assistir sempre quando acorda
comendo pipoca seca e acareciando meu coelho branco
sempre acompanhado pelo meu café gelado, é claro...

Gosto de pensar que ainda se lembras de mim
e que guarda todos aqueles versos que fiz
pra lhe presentiar em nossas datas comemorativas de cada mês.
mesmo me mordendo por dentro
fico feliz por continuar te amando
mesmo em segredo, ainda amo ...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Carta a um velho amigo

Hoje faz 1 ano que não te vejo
sinto falta meu amigo de nossas conversas sem cultura
lembro-me apenas das risadas e dos contos de criança
na beira da rua com os pés descalsos e sujos...

Há, meu amigo como eu queria te contar sobre meu dia
contar como doi ver aquelas fotos antigas no albúm cheio de teias de aranhas
lembrar das vezes que brigamos por coisas tão tolas
e que outrora nós apaixonávamos pela mesma moça...

Agora já é tarde, vou durmir
e tentar sonhar com aquela nossa idade
"aborrecentes", mais felizes...

Espero que esteje bem ai no outro lado
e que você me salve todos os dias
vou rezar, meu velho amigo
e pedir que tua alma fique em paz...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Horizontes de outono

Cada vez que te encontro
eu me perco em devaneios
na embarcação que me leva sem destino
ao oceano destes dias
em que avistei tantos portos
que meu diário de bordo
é incapaz de saber dizer
quanto tempo faz que eu nem sei se eu...
Eu nem sei se vou saber mais voltar.

Meu encanto se foi com o vento
e partiu-se em pétalas
que dançam ao redor de teu farol
a implorar pelo apreço de teu olhar
quando o orvalho em que minha nau navega
não pode mais esconder
ser das lágrimas dos anos que perdemos
mudando nossos rumos
e rasgando nossas velas
pra prosseguir a esmo.

E é fato que não sabemos
se voltaríamos a encontrar
o que deixamos o tempo ruir
fechando os olhos
mas mesmo assim eu...
mesmo assim eu... queria tentar.

Náufrago com o corpo cansado
no breu aguardo a tempestade
decidir se me atira outra vez as tuas praias
ou se enfim me leva às rochas
pra descansar.

E é tudo tão covarde...
deixar morrer as chances
por medo que barcos de papel não suportem
as cargas clandestinas
que fingimos não acumular com o tempo...

E é tudo tão impossível
que ateamos fogo nos remos.

domingo, 11 de julho de 2010

Pra sempre te terei em mim

Pra quer fingir ser teu dono?
se já faz tempo que não te conheço
pra quer me manter sóbrio se és meu engano?
meu falso endereço...

Não vou esconder meu arrepedimento
nem minha culpa aos olhos alheios
nem reclama abrigo no teu coração
se ja estou velho e doente...

Mais vou chorar ao ver teus lábios abraçando outro
ver que perdi o que é tão raro de ser ver hoje, O AMOR
porém as lembraças vão me trazer conforto e paz
e a alegria de te levar em meu peito
já é o bastante pra eu não envelhecer careta...

Vou continuar escrevendo meus poemas sem rimas
colocando em cada frase um pouco de você
me ensinando que a vida não é apenas sofrer
é saber respeitar, confiar e amar...

sábado, 10 de julho de 2010

Me vi sentado esperando por algo que ja deve estar morto
escutando o som das ruas e do vento
afundando minhas máguas com areia e um copo de café gelado
sem nenhuma raiva da vida, apenas me calo...

Talvez eu me lembre de meus amigos ao chorar
das noites amanhecidas em pleno mês de julho
das notas desafinadas do velho violão
do beijo daquela moça que roubou meu coração...

Quem sabe não seja utopia tudo que crie um dia
escrevendo sem tinta cada estação da laranjeira
subindo bem alto pra pegar um fruto na mangueira
olhando de cima toda a graça de Deus...

Agora já posso me ouvir cantar
posso fazer meu "the best of"
posso converter meu medo em coragem
e sair da sombra da garagem...

sexta-feira, 9 de julho de 2010

carol anne


Acordei com um chiado.
Carol Anne na TV.
Tava demorando…
Me sentei na cadeira do Wlad e me observei ali deitado no outro canto da sala.
Dormindo.
Meio perturbado…
Um dos olhos meio aberto…
Mas me senti bem.
Não senti mais pena de mim.
Acho que é o pior sentimento que a gente pode ter pela gente:
Pena.
Porque auto-piedade é coisa de quem toca bossa nova e canta com voz de papagaio idoso.
Mas essa luz na penumbra sempre me fez bem.
Sempre me acalmou…
Carol Anne… Será?
Não sei se estou muito pra reprises.
Acho que não.
Mas me fez bem sentir a presença.
Acordo.
No final era só uma tela preta.
Alguns outros pesadelos que prefiro nem comentar.
Se tivesse acordado Kerouac ia com certeza escrever sobre isso…
Mas prefiro não.
Melhor deixar sumir na memória.
Como sempre.
Tsc…
Pois é.
O dia amanhece.
Olhar familiar no espelho.
Tava na hora…
Tô com a aparência de um pirata do caribe sem teto.
Então me espreguiço e vou caminhar na praia…
Com um copinho de café na mão, é claro.